Seja num bar ou numa discoteca, numa festa de faculdade ou num convívio entre amigos, os jovens de 18 anos estão a consumir cada vez mais álcool e substâncias psicoativas. É o que conclui o relatório “Comportamentos aditivos aos 18 anos: consumo de substâncias psicoativas”, que resultou de um inquérito a 135 273 jovens que participaram no Dia da Defesa Nacional em 2022.
Os números apontam que 9 em cada 10 jovens consumiram álcool nos doze meses anteriores à realização do inquérito. Pela primeira vez a prevalência do consumo de bebidas alcoólicas é ligeiramente superior no sexo feminino do que no sexo masculino. Contas feitas, 86% das raparigas e 84% dos rapazes que responderam ao inquérito admitiram ter consumido bebidas alcoólicas nesse período de tempo. Ainda assim, segundo o relatório publicado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) , os rapazes continuam a apresentar percentagens superiores em relação às raparigas no que toca a “padrões de consumo de frequência ou intensidade”.
Mais álcool, mas menos tabaco
A contrariar a tendência crescente do consumo de álcool e substâncias psicoativas (substâncias ilícitas, alucinogénios, cocaína) entre os jovens está o consumo de tabaco, tal como a frequência de consumo de canábis e de tranquilizantes/sedativos sem receita médica, que têm registado um decréscimo. O relatório conclui que 5 em cada 10 jovens fumaram tabaco nos doze meses anteriores ao inquérito, enquanto 7 em cada 100 afirmaram ter consumido tranquilizantes/sedativos sem receita médica. No caso do tabaco, a prevalência de consumo é superior nos rapazes, ao passo que o consumo de tranquilizantes/sedativos sem receita médica é maior nas raparigas.
Entre as consequências do consumo de álcool e outras substâncias estão situações de mal-estar emocional, relações sexuais desprotegidas, problemas de rendimento na escola/trabalho, problemas de comportamento em casa, problemas financeiros e atos de violência/conduta desordeira. O mal-estar emocional é o principal sintoma verificado entre os jovens inquiridos, sendo que 2 em cada 10 declararam ter experienciado pelo menos uma destas consequências apresentadas no questionário.
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