A retirada de seis laranjeiras do Largo da Sé, em Faro, continua a agitar as redes sociais. O POSTAL conversou na altura com o vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, que esclareceu que as árvores em questão não foram abatidas mas sim transferidas para outro local.
Mesmo assim, foram várias as críticas que se seguiram, nomeadamente da Glocal Faro, que referiu nas redes sociais que esta decisão é “inconcebível, inadmissível, irresponsável… as árvores não são plantas daninhas… não se arrancam árvores para se colocar um palco para um festival que nem deveria ter lugar na situação que vivemos… A CM Faro a bater no fundo!”.
No dia de ontem, e após vários contactos falhados com a Câmara Municipal de Faro, segundo afirma o movimento de cidadãos, Glocal Faro diz ter descoberto onde estãrão as laranjeiras. Aparentemente a secar, as árvores encontram-se no “estaleiro do cais comercial junto aos materiais sobrante de obras, com boa terra e boas caldeiras de rega, como se pode comprovar pelas fotos”, afirmou a Glocal Faro.
O PS Faro mostrou-se também contra a retirada das árvores e o cancelamento de vários eventos, como o desfilo da Concentração de Motas de Faro, a Festa da Ria Formosa e o Folk Faro, uma vez que se está a realizar o Noites F.
O PAN escreveu recentemente um comunicado onde pediu ao “executivo [que] responda a questões relevantes, tais como, qual a justificação para a retirada das árvores? Visto ser um procedimento bastante anormal e eventualmente mais custoso para o erário público. Para onde foram levadas as árvores e que técnica será usada para resolver o alegado problema identificado nas mesmas? Se ao retirar árvores doentes do seu local, afetando as suas raízes, não coloca ainda mais pressão sobre o eventual estado sanitário frágil das mesmas? Quando irão estas árvores ser devolvidas ao Largo da Sé?”
As seis laranjeiras foram retiradas na altura do novo evento Noites F, situação que agitou ainda mais as redes sociais, uma vez que a Câmara Municipal foi acusada por alguns munícipes de privilegiar o festival, em vez do património.
O POSTAL recorda que Paulo Santos referiu que “foi feita uma intervenção nas laranjeiras do Largo da Sé […] e as [seis] que ladeiam o largo já há muito tempo apresentavam problemas de crescimento e, desse modo, foram transplantadas, para puderem ser recuperadas”.
O terreno onde as árvores estavam inseridas, não permitia o seu crescimento e, tal como explica o vice-presidente, foram retiradas para que o espaço pudesse também ser reabilitado. A sua retirada não tem alegadamente ligação às Noites F, que, felizmente para todos, têm estado a decorrer exemplarmente em tempos de pandemia.
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