Em todo o mundo, milhares de edifícios e monumentos têm sido iluminados com as cores da bandeira ucraniana, em solidariedade com o país que tem enfrentado ataques da Rússia. Em Lisboa, o insólito aconteceu: a Embaixada da Federação Russa pintou-se, por momentos, de azul e amarelo.
A projeção das cores, a partir de uma carrinha estacionada em frente ao edifício, fez parte de uma iniciativa dinamizada por um grupo de jovens que quis dar “um grito contra a ocupação selvagem da Ucrânia pela Rússia”, avança o Diário de Notícias.
IL quer chamar Rua da Ucrânia à morada da embaixada russa em Lisboa
O grupo da Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Municipal de Lisboa propôs esta segunda-feira a alteração do nome da rua Visconde de Santarém, morada da embaixada russa na capital portuguesa, em Arroios, para que passe a ter a designação de Rua da Ucrânia.
A recomendação da IL serve de homenagem ao povo ucraniano e vai ser discutida e votada na próxima reunião da AM, agendada para esta terça-feira, em que consta também da ordem do dia uma recomendação do Bloco de Esquerda de “solidariedade com o povo ucraniano” e “pela implementação urgente de medidas para apoio e receção a pessoas refugiadas e de sanções contra a oligarquia russa”.
A proposta da IL passa por “recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que desencadeie o processo com vista à alteração do nome da rua que circunda a embaixada russa em Lisboa, passando a apelidá-la de: Rua da Ucrânia”. A ser aprovada, tem assim de subir à Câmara para que seja acolhida e o processo para a mudança de nome avance.
Questionado pelo Expresso, o grupo municipal da IL responde que esta iniciativa não deve ser entendida como uma provocação aos diplomatas russos em Portugal, “mas sim uma afirmação, sempre pela defesa da liberdade e da democracia”. Segundo os deputados, “mais do que uma personificação de muitos dos heróis (muitos deles anónimos)”, o objetivo é “elogiar toda uma nação”.
No comunicado enviado esta tarde às redações, a IL cita o número de russos presos por se terem manifestado contra a invasão da Ucrânia (cerca de 11 mil, segundo a organização OVD-info), o quase consenso da comunidade internacional nas sanções ao regime de Vladimir Putin e os exemplos de outras cidades que seguiram medidas semelhantes. No Brasil, por exemplo, um dos vereadores de São Paulo, Fernando Holiday, do partido Novo, apresentou projetos de alteração de nomes de duas vidas do bairro de Jardins – segundo o projeto, a Rua Rússia passaria a Rua Ucrânia e a Avenida Lineu de Paula Machado, rua sede do consulado russo, passaria a Avenida dos Heróis Ucranianos.
Mais oito votos sobre Ucrânia
Além das iniciativas da IL e do BE, os deputados municipais vão apreciar oito votos relativos à situação de guerra, inclusive três de condenação pela invasão da Ucrânia pela Rússia, apresentados por PS, MPT e IL, em que consideram a invasão “uma agressão injustificável”, repudiam a ação militar russa “enquanto violação do Direito Internacional e ameaça à segurança global”, e defendem a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL, com Lusa