A questão da videovigilância no local de trabalho é um tópico relevante e muitas vezes discutido, especialmente quando se trata da privacidade e dos direitos dos trabalhadores. A lei estabelece algumas diretrizes claras em relação ao uso de equipamentos de videovigilância no ambiente de trabalho.
A proibição de videovigilância para controlo de produtividade
Num contexto laboral, o uso de equipamentos de videovigilância, como câmeras de vídeo, dispositivos de escuta ou gravação telefónica, para monitorizar os trabalhadores é geralmente proibido por lei.
As condições estabelecidas pelo Código do Trabalho em relação à vigilância à distância ainda se aplicam, com uma notável diferença: agora é necessário obter autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), conforme exigido pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).
É crucial salientar que as câmeras não podem ser direcionadas para áreas reservadas aos trabalhadores.
O que a lei determina sobre videovigilância no local de trabalho
De acordo com o Código do Trabalho, as seguintes diretrizes se aplicam à questão no local de trabalho:
- As empresas não podem utilizar meios de videovigilância à distância no local de trabalho com o objetivo de controlar a produtividade dos trabalhadores.
- É permitido o uso de videovigilância no local de trabalho apenas quando a finalidade é proteger a segurança das pessoas e bens ou quando há motivos relacionados à natureza das funções ou do trabalho.
- Quando a videovigilância é usada para as finalidades mencionadas acima, a empresa deve informar os trabalhadores sobre sua existência e a finalidade dos meios utilizados.
Direitos dos trabalhadores
Os trabalhadores têm direito a serem informados pela entidade empregadora sobre a existência desses equipamentos no local de trabalho e qual a finalidade da utilização. Para cumprir essa obrigação, as empresas devem afixar um aviso informativo em conformidade com as disposições legais.
Consequências para as empresas
O uso indevido de câmeras de videovigilância no local de trabalho é considerado uma infração grave pela lei. Se um dos avisos obrigatórios não for exibido, constitui uma infração leve.
A videovigilância pode, por vezes, entrar em conflito com os direitos e liberdades dos trabalhadores, especialmente no que diz respeito à sua esfera pessoal e familiar.
Videovigilância no teletrabalho
Esta questão também se torna relevante com o surgimento do teletrabalho. No entanto, o Código de Trabalho é claro: a videovigilância, geolocalização e radiofrequência no domicílio são estritamente proibidas, mesmo no contexto do teletrabalho.
Portanto, é importante que empregadores e trabalhadores entendam as limitações da videovigilância no local de trabalho e ajam em conformidade com as regulamentações vigentes.
Para obter ajuda e fazer queixas
Em caso de utilização indevida de câmeras no local de trabalho, os trabalhadores podem procurar orientação junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD). Além disso, a Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) pode ser contatada para apresentar uma queixa sobre a questão.
A videovigilância no local de trabalho é estritamente regulamentada para proteger os direitos e privacidade dos trabalhadores. Conhecer e cumprir as regulamentações é essencial para manter um ambiente de trabalho justo e legal.
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