A população estrangeira residente em Portugal aumentou em 2022 pelo sétimo ano consecutivo, num total de 781.915 cidadãos. A comunidade brasileira continua a ser amais representativa e a que mais cresceu, revelou hoje o SEF.
“Em 2022 verificou-se pelo sétimo ano consecutivo, um acréscimo da população estrangeira residente, com um aumento de 11,9% face a 2021. Atualmente totaliza 781.915 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência”, refere o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), a que agência Lusa teve acesso por ocasião do aniversário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Segundo o SEF, os brasileiros mantêm-se como a principal comunidade estrangeira residente no país, representando no ano passado 30,7% do total. Esta, foi também a comunidade oriunda do Brasil a que mais cresceu em 2022 (17,1%) face a 2021, ao totalizarem 239.744.
O RIFA precisa ainda que o Reino Unido mantém a posição em relação a 2021 com um crescimento de 5,8%. É a segunda nacionalidade estrangeira mais representativa em Portugal.
“O crescimento sustentado dos cidadãos estrangeiros, oriundos dos países da União Europeia, confirmam o particular impacto dos fatores de atratividade já apontados em anos anteriores. De que são exemplo a perceção de Portugal como país seguro, bem como as vantagens fiscais decorrentes do regime para o residente não habitual”. Segundo o relatório, os imigrantes oriundos de Angola, que sobem três posições ocupando agora o sexto lugar com uma subida de 23,1%, e da Índia, que é agora a quarta comunidade mais representativa.
A Roménia e China saíram do grupo das dez nacionalidades mais representativas em Portugal.
No final de 2022, viviam em Portugal 239.744 brasileiros, seguido dos cidadãos do Reino Unido (45.218), de Cabo Verde (36.748). Segue-se Índia (35.416), Itália (34.039), Angola (31.761), França (27.512), Ucrânia (25.445), Nepal (23.839) e Guiné-Bissau (23.737).
Portugal acolheu no ano passado 44.519 cidadãos ucranianos
O SEF dá também conta que Portugal, foi em 2022, o país de destino de 44.519 cidadãos ucranianos fugidos da guerra e a quem o Estado português concedeu proteção temporária.
Os imigrantes residem sobretudo no litoral, sendo que cerca de 65% estão registados nos distritos de Lisboa, Faro e Setúbal, totalizando 512.141 cidadãos residentes, enquanto em 2021 eram 466.779.
O relatório realça assim os aumentos para os distritos de Bragança, que vinha a descer desde 2020 e, Viana do Castelo. O documento precisa que sete dos dez concelhos com maior número de cidadãos estrangeiros registados pertencem à área metropolitana de Lisboa.
No que diz respeito ao fluxo migratório, o SEF avança que se quebrou a tendência de descida, que ocorria desde 2020, com 143.081 novos títulos emitidos. Nesse sentido, representa um aumento de 28,5% face ano anterior, quando foram atribuídos 111.311 novos títulos.
Também a maior parte dos novos títulos foram atribuídos a brasileiros (43.313), seguindo-se os indianos (7.414) e Itália (6.977), Angola (6.939) e Bangladesh (6.153).
“Os motivos mais relevantes na concessão de novos títulos de residência foram a atividade profissional (51.525) e o reagrupamento familiar (27.054)”, lê-se no RIFA.