Os monumentos nacionais da tutela da DRCAlgarve são espaços patrimoniais de dimensões histórico-arquitetónicas, geográficas, ambientais e espaciais diversas e plurais. Cada monumento, um signo e muitos significados que têm vindo a ser trabalhados com diversificados públicos, através de dinâmicas de serviço de educação não formal, de forma a proporcionar o descobrir, o sentir e viver estes espaços, estimulando o diálogo, criando laços a partir da participação ativa, promovendo e divulgando o conhecimento, pedra basilar para a valorização e a defesa do património.
A título de exemplo, na Fortaleza de Sagres, foram criados programas direcionados para a faixa infanto-juvenil e grupos escolares, introduzindo atividades de tipologias e temáticas diversas, orientadas para a descoberta, a interação e o diálogo, desenvolvendo laços de longa duração com as comunidades escolares.
Os monumentos são também espaços de interpretação e reinterpretação cultural que colocam desafios à criação nas diferentes áreas de expressão artística, de comunicação, e são espaços de envolvência. Neste contexto, ao longo dos anos, implementaram-se projetos educativos variados, como os concursos Da janela da minha escola—vejo um monumento, que envolveu a comunidade escolar da região através do cruzamento das artes e do património, e o concurso de leitura expressiva LER COM…, no qual a Fortaleza de Sagres associou o signo das descobertas à diáspora da língua portuguesa, trabalhou a literacia e levou os alunos do barlavento algarvio a conhecer autores de expressão portuguesa.
As dinâmicas de educação nos monumentos relacionam pessoas com conhecimentos e capacidades diferentes, de todas as faixas etárias, de diversa condição sócio-económica, de diversas culturas e estimulam a partilha multigeracional, a multiculturalidade e o desenvolvimento da criatividade artística. Este é um dos objetivos subjacentes à criação do programa DiVaM, o programa anual de dinamização e valorização dos monumentos da DRCAlgarve, que integra diversificadas eventos e novas criações e produções de associações culturais do Algarve.
O trabalho em serviços de educação nos monumentos é um trabalho em permanente construção e renovação. Nem sempre visível ou entendido no seu todo, exige dedicação, persistência e resiliência, nunca perdendo de vista que trabalhamos para e com pessoas de todas as idades e em diversos contextos, de forma interativa e em diálogo permanente para persecução dos objetivos, sem nos tornamos «debitadores» de informação e eventos.
Os monumentos não são espaços isolados, são património da região e fazem parte da sua identidade cultural. É fundamental que continue o envolvimento entre entidades e instituições públicas, privadas e agentes culturais e criativos regionais.
Direção Regional de Cultura do Algarve
(Artigo publicado no Caderno Cultura.Sul de junho)
(CM)